O sistema do Drenar DF, maior obra de captação e escoamento de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF), começa a ser ligado à rede antiga de drenagem das quadras iniciais da Asa Norte. Nesta etapa, a água da chuva já vai cair na rede nova por meio de dois dispositivos de derivação, espécies de janelas, feitos na rede já existente. Um deles começou a ser perfurado nesta terça-feira (21). Cada dispositivo mede 1,5m e liga as duas redes. Essa abordagem elimina o risco de sobrecarga do sistema antigo, uma vez que a maior parte da captação está sendo direcionada para o sistema novo.
“Com a ligação das duas redes, uma área do sistema novo que vai captar a chuva vai direcionar a água para dentro da bacia de detenção. É importante dizer que é uma ligação parcial. Não significa que todo o sistema estará em funcionamento ー isso só vai ocorrer quando as escavações forem concluídas”, explica Sérgio Abramo Pies Filho, engenheiro supervisor do consórcio Concremat-Geribello.
A integração entre os sistemas de drenagem é um dos diferenciais do Drenar DF, que foi projetado para interceptar a rede existente em sete pontos estratégicos, permitindo que as duas redes operem simultaneamente. Os dois dispositivos que começaram a ser abertos reduzem os riscos de sobrecarga no sistema antigo.
A rede antiga continuará desempenhando um papel essencial e será complementada com 291 novas bocas de lobo instaladas ao longo dos cinco lotes do Drenar DF. Elas vão duplicar a capacidade do sistema de captação de águas pluviais da capital.
Investimento
O Drenar DF foi dividido em cinco lotes e é executado pela Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap). A rede de tubulação começa na altura da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) e vai até o Lago Paranoá, seguindo em paralelo às quadras 902 (perto do Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando a W3 Norte e o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), além da via L2 Norte, e chegando à L4 Norte. O investimento do GDF na obra é de cerca de R$ 180 milhões.
Além do projeto de captação de águas pluviais, o Drenar prevê a criação do Parque Urbano Internacional da Paz, que abrigará a bacia de detenção do Drenar e uma praça, obras que já estão em andamento. Com 5 mil m² de área livre, o espaço contará com esculturas e 249 árvores e arbustos, entre espécies frutíferas e para sombreamento. A obra, desenvolvida pela Terracap e seguindo exigências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda inclui uma ciclovia de 1,1 km de extensão no contorno do parque.