Profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) do Distrito Federal estão participando, nos dias 25 e 26 de agosto, da oficina “Masculinidades, Paternidades e Pré-natal do Parceiro”. A ação é resultado de uma colaboração entre a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o Ministério da Saúde e o Instituto Promundo. Ao todo, 131 servidores estão envolvidos na formação.
O principal objetivo da capacitação é promover o debate sobre os impactos dos modelos tradicionais de masculinidade na saúde dos homens, nas relações familiares e no exercício da paternidade. Além disso, busca qualificar o atendimento durante o pré-natal do parceiro e fortalecer ações de equidade de gênero e prevenção à violência.
Segundo Douglas Moreira, coordenador da área técnica de Saúde do Homem na Atenção Primária do DF, a oficina estimula uma mudança de olhar sobre o cuidado masculino. “Queremos que os profissionais reflitam sobre como a construção social da masculinidade interfere na forma como os homens cuidam da própria saúde, de seus filhos e de suas relações. A saúde do homem ainda é negligenciada e precisamos estar preparados para acolher esse público com mais qualidade”, afirma.
Para Ivânia Ghesti, integrante do Comitê Gestor da Primeira Infância no âmbito da Justiça do DF, a formação tem papel fundamental para transformar realidades que frequentemente chegam ao sistema judiciário. “É uma oportunidade de enfrentar questões estruturais, como a ausência paterna e os reflexos de uma socialização baseada no machismo. A capacitação contribui para fortalecer a corresponsabilidade dos pais e prevenir situações evitáveis de violência e negligência”, ressalta.
Temas abordados
No primeiro dia de oficina, os participantes discutiram os módulos Gênero e Masculinidades e Paternidades e Paternar. No segundo dia, o foco será o Pré-natal do Parceiro, além da construção de um plano de ação com base nas demandas reais dos serviços de saúde locais.
A metodologia da formação incentiva os participantes a refletirem sobre os desafios enfrentados em seus territórios e a desenvolverem propostas viáveis para o dia a dia do atendimento. A expectativa é que essas ideias resultem em projetos concretos, adaptados às necessidades da população do DF.
A condução da oficina está a cargo de representantes do Instituto Promundo, incluindo a antropóloga e consultora Bruna Martins. Ela destaca a importância de inserir a temática das masculinidades no contexto da saúde pública. “A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem só ganha força quando os profissionais se apropriam dela. Usar a paternidade como janela de oportunidade pode ser uma maneira eficaz de atrair os homens para os serviços de saúde”, defende.
Simone Lacerda, gerente de Apoio da Saúde da Família (Gasf) da SES-DF e uma das participantes da capacitação, reforça que envolver o homem no processo do pré-natal é uma estratégia que beneficia toda a família. “Ao incentivarmos exames, vacinação e orientações durante a gestação, promovemos vínculos mais fortes, dividimos responsabilidades e ampliamos o cuidado com a mulher, a criança e o próprio homem”, conclui.
Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal