A Câmara Legislativa do Distrito Federal concede nesta sexta-feira (28), às 19h, o título de cidadã de honorária de Brasília à professora Maria de Lourdes Pereira dos Santos. A iniciativa da homenagem partiu do deputado distrital Gabriel Magno (PT), que destaca a trajetória da professora na justificativa apresentada para a concessão da honraria. 

Nascida em Paracatu (MG) em 29 de agosto de 1955, Maria de Lourdes Pereira dos Santos é militante social e popular. Iniciou os estudos na Escola da 6ª Zona Área, no Lago Sul, na 1º série. Migrou para escola no Cruzeiro Velho onde concluiu o Ensino Fundamental e depois para o Centro de Ensino Elefante Branco, onde concluiu o Ensino Médio.

Após a conclusão do ensino médio, cursou o Curso Técnico de Administração de Empresas, também no Elefante Branco. Cursou também o magistério, na Escola Normal de Brasília, Técnico em Fisioterapia, no Colégio La Salle e o Técnico em Enfermagem no Colégio Pio XII. Anos mais tarde foi aprovada em pedagogia na UNB, mas não conseguiu prosseguir devido ao trabalho, tendo concluído pedagogia na UEG, polo de Luziânia – GO, onde também fez a pós-graduação em Educação de Jovens e Adultos e Ensino Especial.

Em sua atuação profissional, Lourdes começou a trabalhar ainda adolescente, para ajudar no custeio de seus estudos. Como garota negra, trabalhou em casas de família como babá, cuidando de crianças. Em uma destas experiências, se dedicou a cuidar de uma criança especial e no contato com a AMPARE, já qualificada, começou a trabalhar como auxiliar de fisioterapia na instituição, em atendimento às crianças com necessidades especiais.

Permaneceu na AMPARE até a sua aprovação no concurso público para magistério no município de Valparaíso de Goiás – GO, alguns anos depois foi aprovada para a Secretaria de Educação do Distrito Federal. Atuou 12 anos em Valparaíso, concomitante com a atuação na SEDF. No DF, atuou na Regional de Ensino do Paranoá na Educação Básica, na coordenação intermediaria na regional de ensino, na Coordenação do Programa DF Alfabetizado, e como elo com as escolas do Campo na região do Paranoá.
 

“Mas foi no campo da militância social e da educação popular que Maria de Lourdes se fortalece para os desafios da vida e, ao se fortalecer, fortalece também a luta e aos demais na companheiros e companheiras de militância. Lourdes chega à Vila Paranoá aos 15 anos de idade, juntamente com seus familiares no desafio de quem luta por moradia e disputa sobreviver na capital do pais. É ali na Vila Paranoá que Lourdes encontra outros jovens que ansiavam por mudar as suas realidades. Fez parte do grupo Jovem da Igreja Católica da Capela São Geraldo, o grupo TUCA (Turma Unida Comunicando Amor) e depois formaram o grupo Pró-Melhorias, onde conhece a verdadeira realidade da Vila Paranoá, que naquela época era considerada uma favela.  Aprende, como destaca Paulo Freire, das vivências da vida a fazer, fazendo. Libertando a sai e ao outro”, destaca o deputado. 

“Tornou-se referência como alfabetizadora popular no DF e coloca a serviço das causas todo o seu aprendizado ao longo desta trajetória. Ajudou a fundar o Conselho de Saúde do Paranoá, a formação do Conselho de Tutelar do Paranoá. Fui uma das implementadoras do Programa Saúde em Casa no Paranoá Urbano e Rural. Pelo programa PROUNI, representou a comunidade e viajou pelo Brasil no debate de implementação do SUS e por países, no debate de saúde pública. Participei da Implementação do Grupo de Economia Solidária no Paranoá e no DF, trabalhando principalmente com a questão da Saúde Alimentar com foco na desnutrição infantil. Militou por muito tempo no movimento que ajudou a fundar no DF, o Movimento Negro Unificado”, completa Gabriel Magno.