De acordo com a proposta, o programa será integrado às políticas públicas estaduais de saúde, assistência social e educação, atuando de forma complementar aos serviços já oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelas demais redes de atenção.
Entre os objetivos do programa, destacam-se:
•oferecer estimulação precoce especializada no ambiente natural da criança;
•promover intervenções terapêuticas, educativas e sociais no domicílio, com apoio de equipe multiprofissional;
•capacitar famílias e cuidadores para aplicação de técnicas de estimulação e cuidados específicos;
•identificar precocemente atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor;
•fortalecer vínculos familiares, a autonomia das famílias e a integração entre os diferentes níveis de atenção à saúde;
•e reduzir a necessidade de institucionalização precoce.
Na justificativa, o parlamentar destaca que o cenário epidemiológico brasileiro evidencia a relevância da medida. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o país possui cerca de 18,6 milhões de pessoas com deficiência de dois anos ou mais, o que representa 8,9% da população nessa faixa etária. Na região Centro-Oeste, onde se localiza Goiás, o índice é de 8,6%. Com base na população estimada de 7,39 milhões de habitantes, aproximadamente 636 mil goianos vivem com algum tipo de deficiência — sendo uma parcela expressiva composta por crianças de até seis anos.
O texto ainda ressalta que a importância da estimulação precoce é amplamente reconhecida pela ciência. O Ministério da Saúde, por meio das Diretrizes de Estimulação Precoce para Crianças de Zero a Três Anos, estabelece que a intervenção deve começar desde o nascimento, período de maior plasticidade neuronal e potencial de resposta aos estímulos. A proposta de Virmondes amplia essa faixa etária até os seis anos, em consonância com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) e com estudos internacionais que comprovam os benefícios da intervenção continuada durante a primeira infância.
Para o deputado, o programa representa um avanço significativo na política estadual de atenção à pessoa com deficiência. “Trata-se de uma iniciativa fundamentada em evidências científicas, experiências exitosas e demandas reais da sociedade. O programa tem potencial para transformar a vida de milhares de famílias goianas, promovendo inclusão social, reduzindo desigualdades e fortalecendo o desenvolvimento humano desde os primeiros anos de vida”, pontua Virmondes.
O projeto encontra-se atualmente na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), onde será distribuído a um relator para emissão de parecer.